quinta-feira, 12 de março de 2009

O Sentido da Vida

O sentido da vida. À quantos milhares de anos o Homem procura, sem encontrar, o sentido da vida? E o que é realmente o “Sentido da Vida”? O que fazemos aqui? Quem somos, donde vimos e para onde vamos? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? E Deus, será que Deus existe? Quando morremos para onde vamos? Será que existe algo mais a seguir a “isto”? Espero que sim, senão não vale a pena os sacrifícios que fazemos, tudo aquilo de mau porque passamos e sofremos! O que é o Destino? Será que o podemos mudar, ou tudo o que nos acontece é o que tem de acontecer e não vale a pena lutar contra isso? Devemos viver dando importância ao dia de hoje, esquecendo o de ontem e pensando no de amanhã? Claro que sim, mas temos de ter consciência que o que fizemos ontem vai ter influência no que vamos fazer hoje e, provavelmente, amanhã. Os monges Tibetanos procuram a paz de espírito, a paz interior que segundo eles lhes dará a salvação eterna! Eu limito-me a procurar a minha paz terrena. O meu Sentido da Vida. Para o conseguir tenho que me sentir bem com os outros, mas primeiro que tudo tenho que me sentir bem comigo próprio. Tenho que gostar de mim; Tenho que gostar daquilo que faço. Tenho que me sentir bem no meu corpo e em paz com o meu espírito. Gostava de dedicar a minha vida a ajudar os outros. Mas como é que o posso fazer se nem a mim eu consigo ajudar? Sinto-me inadaptado neste mundo, neste século. Gostava de ter vivido no início do séc. IXX! Gostava de ter vivido no tempo em que as pessoas passavam horas a conversar umas com as outras, à lareira. Nesse tempo havia tempo! Hoje tenho medo de não ter tempo para o meu filho! Tenho medo que o meu filho me diga um dia... ”Pai, não tiveste tempo para mim!”. O meu pai não teve... ou não quis ter... ou não soube ter! Eu, apesar de tudo, tenho tido. Brinco muito com o meu filho, passo-lhe parte da minha energia e dos meus conhecimentos. É um dos meus motivos de orgulho, o meu filho, é a minha maior fonte de felicidade! Mas será que isto basta. Será que “termino” aqui? Aos 38 anos dou comigo a fazer-me estas perguntas todas! Porque será? Que respostas espero encontrar? Acho que nem eu sei! Será o medo da morte? A procura da felicidade suprema? Será que estou a adivinhar algo por causa dos “flashes” que tenho tido da minha infância e juventude? Será porque estou a ver a vida a passar por mim e não consigo nada, ou quase nada, do que sonhei conseguir? Sinto-me preso à terrível rotina casa/emprego, emprego/casa. Sinto-me preso a uma profissão estúpida que não tem nada para me oferecer, nem encontra maneira de me agradecer tudo o que eu já fiz por ela! Sinto-me preso ao passar dos anos e à impossibilidade de cumprir objectivos! Sinto-me envelhecer agarrado a uma causa que não é a minha, numa terra que não é a que me viu nascer! Procuro o meu Sentido da Vida, a minha paz, sem passar por cima de nada nem de ninguém. Procuro evitar que o “stress” e a competição desenfreada por um lugar no pódio da vida me firam de morte. Procuro, no fundo, ser feliz sem magoar ninguém. Procuro ser feliz fazendo a felicidade dos que me rodeiam. Procurarei morrer com dignidade, depois de conseguir algo de bom neste mundo, para que possam dizer... “Ele encontrou o Sentido da Vida”!

José Manuel Sarmento – 08 Julho 2001

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